Hyperloop no RS projeta custos de R$ 7,7 bi de implantação e payback em 14 anos – Licijur – Consultoria em Licitações e Contratos

Hyperloop no RS projeta custos de R$ 7,7 bi de implantação e payback em 14 anos

A implementação do Hyperloop para conectar Porto Alegre a Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, teria um custo total de US$ 7,71 bilhões. É o que apontam os estudos preliminares de viabilidade do transporte ultrarrápido, divulgados na última quinta-feira (2), pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) em parceria com a HyperloopTT (Hyperloop Transportation Technologies).

Os estudos foram iniciados no dia 19 de janeiro, quando o estado celebrou um acordo entre a empresa e a UFRGS para a realização do Evtea (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental). A iniciativa foi apresentada como pioneira na América Latina.

O trajeto prevê outras duas paradas antes de Caxias do Sul. De Porto Alegre até Novo Hamburgo, teria passagem ao custo de R$ 30. Já da Capital até Gramado, os valores praticados seriam de R$ 105. O ponto inicial da estação será o Aeroporto de Porto Alegre, com uma área de 55 mil metros quadrados (20 mil para passageiros e 35 mil para cargas)

Segundo os dados divulgados, o valor investido será compensado já nos primeiros cinco anos de funcionamento. Principalmente, com receita proveniente dos passageiros (52%) e empreendimentos (35%), além de aluguel de lojas nas estações (2%), publicidade (2%) e transporte de carga (1%). Como o projeto não exige subsídios governamentais, a empresa interessada em realizá-lo terá um payback completo e passará a lucrar a partir do 14º ano de operação.

Pelo estudo, a implementação resultará na criação de 50 mil empregos diretos para a construção civil. Também gerará anualmente mais de nove mil empregos diretos e indiretos. As projeções apontam ganhos superiores a 31% dos custos envolvidos no projeto.

Redução de Custos

A implantação do modal em cápsulas para passageiros e cargas estima que, em 30 anos, haverá uma redução de R$ 2,3 bilhões no custo operacional da rota, que vai de Porto Alegre a Caxias do Sul, passando pelas cidades de Novo Hamburgo e Gramado.

A tecnologia Hyperloop permite a combinação da levitação magnética e de um motor elétrico linear no interior do tubo a vácuo. Isto permite que as cápsulas se movam em alta velocidade, podendo atingir cerca de 1.200 quilômetros por hora devido à falta de atrito.

O estudo de viabilidade considerou o período de cinco anos para a implementação do sistema e analisou os impactos do projeto no decorrer de 30 anos de funcionamento. Com o sistema, o trajeto de 135 km, que hoje é feito em duas horas de carro, poderá ser realizado em apenas 19 minutos e 45 segundos, em uma velocidade máxima de até 835 km/h.

De acordo com o diretor para América Latina da HyperloopTT, Ricardo Penzin, as análises dos impactos são animadoras. O principal impacto será na valorização imobiliária da região.

Os resultados do estudo de viabilidade são muito animadores, com redução de custos de operação, payback em tempo recorde, em se tratando de um modal de transporte, e um impacto enorme na geração de empregos e no turismo local. Nós esperamos engajar entidades ligadas à área de logística, operadores de rotas e governantes para dar esse grande passo em direção à inovação e ao desenvolvimento sustentável no país”, disse.

Sustentabilidade energética

Segundo os dados apresentados pelo estudo, o HyperloopTT é alimentado por energia renovável e prevê a instalação de painéis fotovoltaicos em 80% do percurso. Seu potencial de produção anual de energia é estimado em 339 GWh, enquanto o consumo energético é de apenas 73 GWh ao ano. Assim, o Hyperloop poderá produzir 3,6 vezes mais energia do que consome. Mas a venda do excedente não é necessária para a sua sobrevivência.

De acordo com o coordenador do projeto pelo Laboratório de Sistemas de Transportes da UFRGS, Luiz Afonso Senna, a autossuficiência energética e a diminuição dos impactos ambientais são os diferenciais do projeto.

O grande diferencial desse projeto é a dimensão ambiental e a pegada ecológica com a utilização de energia limpa e renovável. O estudo em si é abrangente, pois incorpora análises sob diferentes aspectos e áreas de conhecimento, ao mesmo tempo em que é profundo, pois entra em detalhes para que se possa chegar à conclusão sobre a viabilidade técnica, econômica e financeira do projeto”, afirmou.

FONTE: Tales Silveira, da Agência INFRA

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